22/08/2023
Segurança

‘’Ninguém esperava pela rebelião na PIG’’, diz secretário de Segurança do Paraná

imagem-80339

Caio Budel

Após o fim da rebelião na Penitenciária Industrial de Guarapuava (PIG) na manhã de hoje (15), que durou quase 48 horas, o secretário de Segurança do Paraná, Leon Grupenmacher, disse, em coletiva de imprensa no 16º Batalhão da Polícia Militar nesta tarde, que não havia formas de prever o fato. Para ele, a situação é atípica, principalmente por acontecer em uma penitenciária que era considerada modelo. “No começo, nem os detentos sabiam o que queriam. Com o tempo, eles começaram a fazer exigências que não condiziam com o que o acontecia realmente no sistema prisional do local”.

Ainda de acordo com Grupenmacher, a rebelião foi um caso isolado e não tem ligação direta com as outras 21 rebeliões que foram registradas no estado em um ano. “O caso é diferente porque, geralmente, os presos fazem isso para serem transferidos. Aqui não aconteceu isso. Eles sequer quebraram as suas celas e galerias, provando que eles queriam ficar. As áreas danificadas ficaram na fábrica e clínica odontológica”.

De acordo com Luiz Alberto Cartaxo, diretor regional da Polícia Civil que também estava presente na coletiva, processos já foram abertos para avaliar os crimes cometidos pelos presos durante toda a rebelião. “Eles entraram na PIG por cometerem crimes severos e, com a rebelião, cometeram novos tão graves quanto. Eles serão autuados por tentativa de homicídio, motim, tortura, danos ao patrimônio público, entre outros”.

Dos envolvidos, 31 presos estão sendo transferidos hoje (15) para diversas cadeias do estado. Destes, dois ficarão detidos fora do Paraná. Os locais ainda não foram revelados pela polícia por medidas de segurança.

Exigências
Durante toda a rebelião, a principal exigência dos presos rebelados era a mudança imediata da administração da PIG. Os detentos alegavam maus tratos e rigidez. De acordo com o secretário de segurança, ainda não existem informações sobre a possível alteração da diretoria da penitenciária. O fato só poderia ser confirmado pela secretária de Justiça, Cidadania e Direitos humanos, Maria Tereza Uille Gomes, que não estava presente na coletiva. 

Cristina Esteche

Jornalista

Relacionadas

A missão da RSN é produzir informações e análises jornalísticas com credibilidade, transparência, qualidade e rapidez, seguindo princípios editoriais de independência, senso crítico, pluralismo e apartidarismo. Além disso, busca contribuir para fortalecer a democracia e conscientizar a cidadania.